20 de jan de 2021

Sorgo é opção econômica e nutritiva para alimentação de animais

Mais resistente e com custo de produção menor que o milho, sorgo é boa opção para a safrinha

De origem africana, o sorgo é um cereal que vem se mostrando uma boa alternativa para os agricultores, inclusive, como substituto para o milho. Atualmente, é o quinto cereal mais produzido no mundo, depois de trigo, arroz, milho e cevada.

Cultivado principalmente no Centro-Oeste, Sul e Sudeste do Brasil, o cereal vem ganhando espaço nas lavouras pela sua versatilidade. Enquanto em alguns países da África, Ásia e América Central o sorgo já é muito utilizado como alimento humano, no Brasil o grão vem sendo cada vez mais utilizado na alimentação animal. 

Vantagens

O sorgo é um cereal mais resistente ao estresse hídrico e, também por isso, vem agradando muitos produtores pelo país. Especialmente em regiões que figura como alternativa ao cultivo do milho safrinha.

O cereal se tornou uma alternativa devido ao cenário de instabilidade climática no país. Assim, trabalhar com culturas mais rústicas e resistentes é uma boa opção para manter a qualidade nutricional para utilizar o grão na alimentação animal.

Se comparado ao milho, o sorgo tem boa tolerância à seca e temperaturas elevadas, com cultivares que se desenvolvem bem em várias regiões do país. Assim, é uma excelente opção para a segunda safra no lugar do milho, além de ter menor custo de produção, exigir menor quantidade de adubo.

Sorgo na alimentação animal

Utilizar o sorgo na alimentação de animais como aves, suínos e bovinos pode ser uma opção econômica. Principalmente se o grão for produzido na propriedade, reduzindo custos com aquisição e transporte de ração.

Dessa forma, o cereal pode ser fornecido puro ou na forma de farelo de sorgo, através do processamento do grão que, posteriormente, é misturado a outros ingredientes para formular a ração. 

Essa também é uma opção adequada para a dieta animal por facilitar a digestão do amido. Caso contrário, o grão inteiro pode dificultar a mastigação, tendo em vista o tamanho pequeno do grão.

Além disso, pode ser utilizado no preparo de silagem (método de conservar a alimentação animal a partir da fermentação láctica) para o gado. 

O valor nutricional desse cereal se assemelha ao do milho, sendo principalmente energético. Possui até 65% de amido, cerca de 9% de proteína (enquanto o milho apresenta cerca de 8%) e contém menos óleo que o milho, com 1,5%, contra 3% do milho.

Variedade

Existem cinco tipos do cereal, cada um com características específicas:

  • granífero: de baixo porte, adaptado para a colheita mecânica, tem no grão sua parte mais importante, mas o resto da planta pode ser aproveitada para fazer feno;
  • sacarino: se apresenta com um porte mais alto, ideal para silagem, e no Brasil é utilizado normalmente como sorgo forrageiro;
  • forrageiro: muito utilizado em pastagens e produção de feno;
  • vassoura: utilizado para confecção de vassouras com boa durabilidade;
  • biomassa: destinado à produção de energia, com poder calorífico parecido com o da cana.

Dessa forma, o sorgo é uma boa alternativa como substituto do milho na alimentação animal, desde que seja uma cultivar ideal e com os grãos processados adequadamente.

Por Mayk Alves é fundador do Portal Vida no Campo e Agro20.

Neto de lavradores, sempre esteve envolvido com as atividades do campo e tem por missão disponibilizar informações sobre o mundo do agronegócio de maneira objetiva e dinâmica

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