24 de mar de 2021

Variedade de raças leiteiras diversifica a produção no país

Hoje o pecuarista pode escolher, dentre as diversas raças, a que melhor se adapta ao seu sistema de produção

Atividade de grande representatividade na economia nacional, a pecuária leiteira depende de uma série de fatores para que seja bem-sucedida, e a genética do rebanho é um dos fatores que mais influência na produção de leite. 

Dessa forma, para garantir eficiência produtiva equalidade do produto final, o produtor precisa conhecer as raças de gado leiteiro para planejar o manejo e sistema de produção.

Em sistemas intensivos, como o confinamento, o objetivo é a alta produtividade; assim,  a escolha de animais de grande porte com alta produção, como a raça holandesa, é mais comum. Já em sistemas não intensivos – em que o animal se desloca para se alimentar, por exemplo – pode-se optar por vacas menores, como a jersey.

Entre as principais raças leiteiras no Brasil, podemos citar:

Raça holandesa: de origem europeia, a holandesa é a raça que apresenta maior aptidão para produção de leite. Com sua pelagem mesclada entre branca e preta, exigem conforto e manejo adequado para expressar todo seu potencial produtivo. 

Pelo potencial para o setor leiteiro, é muito utilizada para cruzamentos, e a primeira cria das novilhas já pode ocorrer por volta dos dois anos de idade. A produção diária por cabeça varia e, geralmente, gira em torno de 30 litros. Porém, já se tem registros de produção de 77 litros em único dia por uma vaca holandesa.

Raça jersey: também de origem europeia, entre Inglaterra e França, a jersey é uma raça rústica que se adaptou bem ao Brasil. Apresenta boa produção leiteira e de sólidos inclusive, como gordura e proteína, detalhe apreciado pela indústria láctea na produção de derivados. 

De pequeno porte e dócil, a raça também se destaca pela alta fertilidade e longevidade. A primeira cria pode ocorrer por volta dos 18 meses de idade e, em geral, pode produzir cerca de 20 litros de leite por dia.

Zebuínas leiteiras

Algumas raças de origem indiana, mais conhecidas como zebu, são diferentes das raças europeias. São raças que se adaptam rapidamente a diferentes ambientes e resistem bem ao calor e a alta umidade. As raças zebuínas mais comuns no Brasil são:

Gir: raça de grande porte muito utilizada para cruzamentos, chega a produzir 18 litros de leite por dia. Com boa longevidade produtiva e reprodutiva, apesar do tamanho, é dócil e de fácil manejo. A primeira cria pode ocorrer por volta dos 43 meses de idade.

  • Guzerá: essa raça teria sido a primeira raça zebuína utilizada pelo homem para produção de leite e carne. Além da boa produtividade, se bem manejada, pode parir um bezerro a cada 13 meses.
  • Sindi: essa raça se adapta bem em regiões mais secas, como na região Nordeste do Brasil.
  • Girolando: fruto do cruzamento da indiana gir com a europeia holandesa, reúne rusticidade e alta produtividade. Além disso, também apresenta boa longevidade e fertilidade. 
  • As raças mestiças como a girolando apresentam, ainda, a vantagem do preço, que é mais barato quando comparado às raças puras. Normalmente, essa raça produz cerca de 17 litros por dia. Porém, esse número pode ser facilmente maior dependendo da genética e alimentação.
  • Pardo suíço: originária da Suíça, é uma raça antiga de bovinos de leite que, apesar da origem, tolera bem o calor. A primeira cria pode vir por volta dos 30 meses de idade, tendo boa longevidade e fertilidade, com o úbere bem desenvolvido. Suas características são facilmente transmitidas em cruzamentos.

Há também criadores que optam pela raça guzolando, fruto do cruzamento de holandês com guzerá, e o nerolando, advindo do holandês com o nelore.

Vale ressaltar que, quanto maior a produção por cabeça, maior será o custo de manutenção do animal. Ou seja, uma vaca holandesa apresenta um maior custo de produção e manejo do que a gir ou girolando, por exemplo.


Por Mayk Alves é fundador do Portal Vida no Campo e Agro20.
Neto de lavradores, sempre esteve envolvido com as atividades do campo e tem por missão disponibilizar informações sobre o mundo do agronegócio de maneira objetiva e dinâmica.

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