Dê adeus às dúvidas entre confinamento ou semiconfinamento, pois já é hora de superar esta indecisão. Por ter conhecimento das incertezas que cercam o assunto, trazemos, neste post, muitos esclarecimentos.
E se você é criador de gado de corte e deseja que seus bois estejam prontos e não ultrapassem a idade de abate, este post te interessa, mas o assunto também é especial para quem cria gado leiteiro e quer saber como funciona o confinamento, a diferença para o semiconfinamento e os seus respectivos resultados na produção de leite.
E então, se quer conhecer as diferenças entre estas técnicas, os tipos, as vantagens e as dificuldades que as envolvem, fique por aqui e descubra.
O que é confinamento e semiconfinamento?
Já faz algum tempo que a criação de bois vem trazendo resultados favoráveis para o setor pecuário brasileiro. Retornos positivos são constantes, graças a novas estratégias que têm colaborado para a nutrição mais saudável dos rebanhos e ainda ajudam a diminuir o tempo de espera pelo abate.
Estas duas técnicas bastante eficazes, o confinamento e o semiconfinamento, conseguem assegurar maior produtividade e rentabilidade no negócio de criação de bois.
Apesar de já conhecidas, ainda são motivo de questionamento por parte de muitos criadores. No entanto, saber o que realmente significam não é difícil. Aqui mesmo te revelamos o que representam e como podem te auxiliar.
Aproveite para entender como funcionam, suas vantagens e dificuldades de aplicação. Para começar continue lendo e veja o que é o confinamento.
Confinamento
O confinamento é uma estratégia praticada na fase de terminação do gado, ou seja, no período de engorda. Trata-se de um sistema de criação de bois que propõe a segregação de lotes bovinos em espaços previamente preparados.
Nestes espaços são instalados currais ou piquetes com limitada dimensão, providos de água e alimentos de qualidade, oferecidos à vontade, ou seja, estão o tempo todo disponíveis.
Os bois confinados recebem uma dieta balanceada, em cochos distribuídos por todo o confinamento. O objetivo é obter lotes de animais de excelência, nas melhores condições possíveis para o abate.
O sistema é geralmente adotado para gado em terminação, no entanto, pode ser empregado em outras situações, como por exemplo, para casos de recria.
Um tempo adequado para empregar o confinamento é na época da seca, quando diminuem as pastagens por escassez de chuvas. Porém, também é bom aliado do criador de gado leiteiro, em especial nas ocasiões de pré-parto e pós parto, quando as vacas se encontram em período de transição e necessitam de manejo nutricional bem pensado.
Como funciona o confinamento?
Para trazer bons resultados, um confinamento precisa atender a certas normas que são essenciais à estratégia. Veja como deve funcionar um confinamento ideal.
- Os currais ou piquetes devem ocupar um espaço de 15 a 20m2 por animal;
- Os cochos podem ser feitos de materiais como por exemplo: concreto pré-moldado ou madeira. Eles devem ser instalados na parte da frente do curral. Um aspecto relevante é observar se esses cochos comportam perfeitamente o volume de alimentos que será oferecido diariamente ao gado.
- Os cochos devem ser bem cuidados, sem lama em seu entorno. Para isso, utilize os de material plástico que podem ser trocados de lugar ou faça revestimento de concreto no acesso ao cocho. O excesso de lama pode provocar a doença do casco.
- A escolha do gado a ser confinado é uma questão que deve ser tratada com toda atenção. Os melhores animais para este fim são os que possuem boa genética e ainda não se aproximaram do peso de abate.
- É importante providenciar uma área de alimentação livre de moscas, roedores e impurezas, com espaço para manejo, produção e armazenamento do alimento que será oferecido aos animais.
- Um aspecto que não deve ser ignorado, para que ocorra um bom confinamento é a higiene dos currais. Estes devem ser molhados com constância, para evitar o acúmulo de poeira que provoca doenças respiratórias.
- A questão do tratamento dos dejetos precisa da atenção do proprietário. O ideal é aproveitar para adubo orgânico.
Semiconfinamento
O Semiconfinamento é uma outra técnica que muito tem auxiliado a pecuária. Trata-se de um sistema que junta o pasto à suplementação alimentar, com o objetivo de complementar a dieta bovina, especialmente no período da seca.
Por meio desta complementação, suplementos são oferecidos ao gado. Estes são capazes de suprir déficits nutricionais, causados pela ausência de vitaminas e proteínas na forrageira em períodos de escassez de chuvas.
Este sistema, que tem ajudado a muitos criadores de gado, tem um codinome. Ele é muitas vezes chamado de “engorda a pasto de bovinos”. Quando aplicado vale-se de dieta balanceada e nutritiva, que inclui núcleo mineral para bovinos acrescentado de aditivos que irão otimizar a ação dos nutrientes.
Sendo assim, o semiconfinamento possibilita maior ganho de peso e mantença, assegurando a produtividade. No entanto, é necessário que a estratégia seja aplicada corretamente para que funcione e traga bons resultados. Desse modo, há algumas providências que o proprietário deve tomar.
Para que aconteça com sucesso o primeiro passo é dividir o espaço em piquetes, com o objetivo de potencializar as áreas de pastagens. O cocho deve oferecer um espaço de 40 cm por animal, sem que haja competição pelo alimento.
Quais são os tipos de confinamento?
Os confinamentos são métodos que retornam excelentes resultados, em especial contribuem muito para o sucesso financeiro dos proprietários pecuaristas. Tanto o gado leiteiro quanto o de corte são beneficiados por estes sistemas.
São diversos os tipos que existem. A opção entre um deles vai depender do objetivo de cada criador e das particularidades de sua propriedade. Confira as singularidades de cada tipo de confinamento:
Confinamento a céu aberto
No confinamento a céu aberto lotes de bois são acomodados em curraletes ou piquetes. É geralmente utilizado para gado de corte.
No local devem ser instalados bebedouros, comedouros para oferta de volumosos e cochos para sal mineral, que devem ser distribuídos, de preferência, ao longo da cerca, para facilitar o manejo e entrega da alimentação.
Além de estar atento ao espaço (de 15m2 a 20m2 por cabeça), há outros aspectos importantes a serem planejados. Veja o que o pecuarista não pode deixar de fazer em um confinamento de céu aberto:
- Providenciar cobertura para os cochos, já que esta atitude assegura a preservação da qualidade do alimento. Este ficará mais livre de impurezas e das chuvas;
- Pavimentar a área da frente dos cochos.
- Uma boa estratégia para evitar doenças por bactérias e vírus é delimitar a entrada do confinamento colocando uma faixa com cal. Isto promove uma barreira sanitária, que protege o ambiente de tudo que vem de fora.
- Estar atento ao conforto térmico dos animais. No confinamento a céu aberto é preciso providenciar alguns pontos de sombra, que podem ser feitos com instalação de sombrite ou até mesmo com árvores frondosas.
Confinamento a galpão fechado
Também há a alternativa de fazer o confinamento fechado, também muito utilizado para gado de corte. Nesse caso os bois são mantidos em um galpão fechado com espaço que pode chegar a 5 m2 por cabeça.
No espaço são instalados os bebedouros, os cochos para suplementação de minerais e os cochos ou comedouros que serão utilizados para volumosos.
Este é um tipo de método onde se pode manter bom controle sobre o ambiente de confinamento, possibilitando que doenças sejam evitadas. No galpão fechado torna-se possível monitorar melhor as condições de fatores como umidade e temperatura, por exemplo.
Devido a seu alto custo financeiro não é um sistema muito praticado no Brasil. Um confinamento fechado exige mão de obra qualificada e uma série de equipamentos.
Outro aspecto que inviabiliza este tipo de confinamento em nosso país é nosso clima tropical, bastante quente em certas regiões. O confinamento em galpão fechado é mais praticado em climas temperados, mais amenos, onde é possível melhor controle sobre o ambiente.
Confinamento Tie Stall
Este sistema de confinamento é utilizado para rebanhos de vacas de leite, quando em período produtivo. As vacas leiteiras permanecem em baias individuais, dispostas lado a lado. Não é um sistema recomendado para rebanhos grandes. O máximo de animais em lactação não deve ultrapassar 60 cabeças.
Elas se alimentam em cochos e são servidas de forma manual ou mecânica, até 2 vezes por dia. A água é colocada em bebedouros, que atendem até dois animais.
Neste método de criação, as vacas são acorrentadas pelo pescoço, só sendo soltas no decorrer da ordenha. Este é um motivo de críticas a este sistema, pois não leva em consideração o bem-estar e qualidade de vida dos animais.
Atrás das vacas são instaladas canaletas que recolhem os dejetos. Estas necessitam de limpeza diária, para manter o espaço higienizado e evitar a proliferação de microrganismos e a infestação de moscas.
Free-stall
O Free-stall é uma outra estrutura para confinamento adequado às vacas de leite. Diferente do Tie Stall, nesta técnica o gado leiteiro fica solto, porém em um espaço cercado.
O sistema consiste em uma pista de trato, que é uma espécie de corredor pavimentado que separa as camas dos cochos. As camas são feitas em baias individuais, lado a lado, e devem considerar o tamanho das vacas.
Estas camas, feitas para descanso dos animais, podem ser forradas por vários tipos de materiais. Podem ser orgânicos, e entre estes estão: casca de café, palha, feno ou dejetos reciclados. E podem ser também inorgânicos como: areia, borracha ou gesso/cal.
O material considerado mais confortável para as vacas é a areia, pois, é o que traz maior bem-estar para elas, pois não aquece excessivamente.
Aliás, o conforto térmico é uma preocupação no sistema Free Stall, visto que ventiladores são instalados, tanto para manter as camas secas, sem excessiva umidade, quanto para manter a temperatura conforto confortável.
Aspiradores de água também são colocados para aspergir os animais nos dias mais quentes do verão.
Outro ponto relevante do Free Stall é a necessidade de ter piso seguro nos corredores de trato e externo. Estes precisam oferecer boa aderência e estabilidade, para evitar quedas das vacas.
Também precisa ter pouca aspereza para impedir o surgimento de problemas de casco. Portanto, o piso não deve conter rachaduras e buracos, nem ser inteiramente liso. Uma dica interessante é colocar frisos de 5 a 7 centímetros de distância.
No confinamento free-stall as vacas não permanecem presas, elas ficam livres para se movimentarem, quando não estão sendo ordenhadas. No momento da ordenha são encaminhadas para a sala de ordenha, onde se alimentam de concentrados enquanto o leite está sendo retirado.
Neste tipo de confinamento o gado leiteiro fica em grandes estábulos que possuem espaço para descanso coletivo. As vacas contam também com área para caminharem livremente, na direção que desejarem. Há também áreas cobertas para protegê-las do tempo (sol, ventos fortes, granizo ou chuva).
Loose Housing
Nos momentos de ordenha e alimentação, os animais são encaminhados para áreas cobertas, ou seja, galpões específicos para isto.
As vantagens deste sistema é que não exige altos custos para montagem de estrutura e as vacas têm maior liberdade de movimento.
No entanto, o grande espaço que os animais ocupam dificulta a limpeza. É preciso, portanto, maior esforço e atenção na manutenção sanitária de toda a área, para que não ocorra acúmulo de fezes.
Compost Barn
O Compost Barn é uma área coberta, ideal para vacas em lactação. Nele as vacas ficam soltas e têm toda liberdade de vagar pelo espaço do galpão. Esta é uma estratégia de confinamento que leva em conta o bem-estar dos animais para obter melhores resultados na produção de leite.
A estrutura para este tipo de confinamento deve oferecer instalações sustentáveis, oferecendo mais liberdade de movimentação, área de circulação ampla, entre outros benefícios para o gado leiteiro.
A área onde os animais estão confinados deve ser composta de camas que são revolvidas 2 vezes por dia, para se manterem secas e livres de bactérias.
Esta é uma das prioridades deste sistema, que garante local seco, termicamente confortável e ventilado para descanso das vacas. Este é o aspecto principal que leva à dobrar a produção leiteira em muitas propriedades.
Geralmente, para forrar a cama são usados materiais como aparas e cavacos de madeira, palha fina processada, palha de milho, subproduto da palha de trigo ou serragem.
Estes materiais acrescidos do estrume e urina das vacas tornam-se um excelente adubo, ocorrendo a compostagem ali mesmo no local. Ao revirar o material da cama ocorre a aeração e o oxigênio é assegurado para que a compostagem se realize.
Para uma compostagem ideal é necessário também que a cama esteja a 30 centímetros do chão e que a temperatura permaneça entre 54ºC e 65ºC.
Assim, cresce a ação de microrganismos ideais, produtores de calor, enquanto a população dos patogênicos é diminuída. Ao final, esta mistura resulta em um ótimo biofertilizante.
Por sua importância e funcionalidade o sistema Compost Barn deve ser bem planejado e as instalações bem feitas, tomando cuidado, especialmente, com o manejo das camas.
Creep Feeding
Este é um tipo de sistema de confinamento utilizado pelos criadores de gado para os bezerros em fase de desmame. A ideia é suplementar os bezerros, sem afastá-los da mãe, podendo, ao mesmo tempo, suprir o déficit nutritivo.
Os bezerros com idade de dois meses não conseguem a energia que necessitam apenas por meio do leite materno. Nesse caso, uma ração balanceada é usada para reforçar a nutrição.
Isso é feito utilizando a técnica Creep Feeding, na qual eles são iniciados na alimentação sólida e concentrados. É o que precisam para assegurar o desenvolvimento ruminal e maior ganho de peso.
No Creep Feeding, cochos cobertos são feitos em separado e ficam disponíveis para os bezerros em uma área cercada. Para garantir que se alimentem dessa ração nutritiva, somente eles têm acesso ao espaço.
O cercado para os bezerros pode ser arranjado com madeira ou com arame, deixando um pequeno vão que só dê passagem aos bezerrinhos, não sendo possível a entrada do gado adulto.
No cocho são oferecidos concentrados com minerais e vitaminas em equilíbrio. Portanto, um profissional de nutrição animal é requerido para balancear esta ração, para evitar distúrbios metabólicos que podem ser causados por erro no fornecimento de concentrados.
Esta é uma técnica de confinamento que assegura melhor desenvolvimento dos bezerros em fase final de aleitamento, que já precisam ser desmamados. Além disso, potencializa a produtividade leiteira, já que os bezerrinhos vão mamar a cada dia menos.
Qual a diferença entre confinamento, semiconfinamento e terminação intensiva a pasto?
Confinamento, semiconfinamento e terminação a pasto são termos usados com frequência pelos pecuaristas, no entanto, nem todo mundo percebe que há diferença entre eles. Veja o que é cada um e conheça as vantagens e desvantagens dos mesmos.
Já conversamos nos tópicos acima sobre o confinamento e o semiconfinamento, porém, vale a pena ressaltar as diferenças entre eles, assim como, também é válido conhecer as semelhanças e diferenças destes sistemas com a terminação intensiva a pasto, também conhecida como TIP.
Observe as diferenças nas tabelas abaixo e entenda melhor:
Confinamento
O que é
No confinamento os bois são confinados em piquetes, em baias, e seu consumo alimentar é feito 100% no cocho. Os animais não têm acesso às pastagens.
Vantagens
- Melhoria da produtividade, tanto em gados de corte, quanto nos de leite;
- Evita a perda de peso em períodos de seca;
- Acelera o tempo de abate;
- Otimiza a qualidade do produto final. (carne, leite).
Desvantagens
- Exige montagem de estrutura apropriada, conforme o tipo de confinamento;
- Requer gastos com estruturas, maquinários, profissionais especializados, etc.
Semiconfinamento
O que é?
No semiconfinamento os animais, em fase de terminação, não são totalmente confinados, pois, eles têm liberdade para pastarem. Sua ração é enriquecida com concentrados e é servida no cocho. Eles recebem uma porção de concentrados que equivale a 1% do peso vivo.
Vantagens
- Dispensa gastos com estruturas como cochos e baias;
- Não necessita de mão de obra para erguer estruturas;
- Baixo custo de manutenção em relação ao confinamento.
Desvantagens
- Limitação do número de animais por área;
- Não dispensa a pastagem e precisa de estrutura física para descanso do gado;
- O ganho de peso diário é menor que no confinamento.
TIP – Terminação Intensiva a pasto
O que é
Na terminação intensiva a pasto é aplicada a mesma ideia do semiconfinamento, porém, com diferença no oferecimento de concentrados, que chega a 2% do peso vivo. Isso implica também na lotação, pois os bois passam a comer mais ração do que capim (efeito substitutivo), diminuindo a procura pelo pasto. Isso possibilita o aumento de cabeças por área. Portanto, na TIP a demanda por pasto é bem menor, permitindo que mais cabeças sejam alocadas naquele espaço.
Vantagens
- Maior produtividade em uma área menor;
- Não necessita de montagem de estrutura para confinar os animais;
- Menor custo financeiro com maquinários;
- Maior velocidade na obtenção de resultados.
- A terminação ocorre mais rapidamente.
Desvantagens
- Menor ganho de peso do gado;
- Exige cuidados e manejo com pasto.
E então, compreendeu as diferenças entre os 3 sistemas? Agora já pode escolher entre eles qual o melhor para empregar em sua propriedade.
Qual o melhor tipo de confinamento para engorda de gado?
Conforme você viu até aqui, são diversos os tipos de confinamento que podem ser colocados em prática. Em todos eles há ganhos e perdas, cada qual possui características próprias, além de contarem com vantagens e desvantagens.
O tipo de sistema, confinamento ou semiconfinamento, escolhido pelo criador é que definirá as instalações a serem implantadas, a dieta, a suplementação, pasto, acompanhamento profissional, espaço necessário, confecção de camas, etc.
Portanto, o melhor será aquele que mais se adequar às condições financeiras do criador e à sua propriedade. A opção pelo tipo de confinamento deve levar em conta, não só o citado acima, mas também outros fatores importantes, ou seja, particularidades como, por exemplo:
- região e clima;
- tipo e dimensão da propriedade;
- objetivos do pecuarista;
- tipo de gado que se deseja confinar (de corte, leiteiro ou ambos);
- espaço disponível para realizar o confinamento;
- disponibilidade financeira do proprietário, entre outros fatores.
Para muitas propriedades, por exemplo, o confinamento traz excelente retorno financeiro e ainda viabiliza o aproveitamento de espaço ocioso.
Alguns adotam o sistema e se dão muito bem associando o confinamento à atividade agrícola, já praticada na propriedade. A vantagem, nesse caso, é que boa parte dos grãos obtidos na lavoura servem para complementar a dieta bovina.
Outro tipo de ganho extra potencializado pelo confinamento é a comercialização da compostagem residual das camas do gado, como é feito na compostagem do tipo Compost Barn, que até aumenta a renda da propriedade.
Tudo isso nos leva a concluir que o melhor tipo de confinamento é aquele que se adequa à propriedade, que faz jus aos gastos possibilitando retorno financeiro positivo e o que corresponde aos anseios e necessidades dos fazendeiros.
Preço/custo por cabeça dia em confinamento e semiconfinamento
Um confinamento ou semiconfinamento não se faz do dia para a noite, necessita planejamento e organização. Um dos primeiros aspectos a considerar são as finanças. E estas são definidas pelo custo do sistema implantado versus o lucro que se pode obter.
Os gastos variam bastante, e o preço/custo por cabeça dia, pode variar conforme o sistema de confinamento a ser implantado, e de acordo com as particularidades de cada propriedade.
Portanto, este preço/custo por cabeça/dia deve ser pensado e calculado pelo proprietário. Isso quer dizer que cada criador precisa calcular seu próprio custo e identificar o valor final que está sendo gasto por cabeça.
Sendo assim, após ter em mãos o custo diário ou mensal fica fácil planejar e monitorar os períodos subsequentes.
Para calcular os custos de um confinamento leve em consideração os gastos permanentes ou fixos e os variáveis. Estes se correlacionam e impactam diretamente os resultados financeiros.
Veja o que pode estar incluído em cada um.
Custos Fixos
- Funcionários requeridos;
- Profissionais especializados para acompanhamento;
- Alojamento, galpão, cercas, currais, cochos;
- Tamanho do espaço a ser monitorado; Maquinários necessários;
- Dieta ou consumo diário do gado confinado.
Custos variáveis
- A compra dos animais;
- Insumos, tipos de ração e suplementação;
- O manejo sanitário dos bovinos; Identificação do gado bovino;
- Impostos;
O custo médio de manutenção de bovinos, por cabeça, em um confinamento é conhecido como COE- Custo operacional Efetivo, que é composto pelo custo de aquisição + custos com alimentos + outros custos
Porém, é válido saber que os custos maiores incidem sobre a aquisição do gado, já que estes consomem em torno de 70% da verba destinada ao confinamento.
Outros 20 por cento dos gastos incluem a nutrição, (a dieta e suplementação utilizada), enquanto outros custos como os gastos com mão de obra, impostos, alojamento, manejo sanitário, controle de doenças, etc, englobam os 10 % restantes.
Ganho de peso por cabeça dia em confinamento e semiconfinamento
Sendo assim o sistema de confinamento possibilita a engorda de 6 a 8 arrobas, em um tempo determinado entre 90 a 120 dias.
A prática de confinamento no Brasil é uma estratégia que serve apenas para intensificar a engorda na terminação. Trata-se de processo utilizado para ajudar a produção a pasto.
Já no semiconfinamento o boi leva em média de 90 a 100 dias para ser terminado, considerando-se o peso do animal no início do semiconfinamento.
A criação feita no pasto, do modo tradicional, sem a terminação em confinamento, leva a uma engorda de 0,5 quilos por cabeça dia. No confinamento cada animal pode ter ganho médio de 1,5 kg a 2,0 kg por dia.
Este índice depende da genética animal, da nutrição empregada, da sanidade, entre outros cuidados. É um estímulo para investir em inovações e estratégias como o confinamento e semiconfinamento que podem melhorar a produtividade e otimizar os resultados.
Adotar confinamento ou semiconfinamento?
Tanto o confinamento quanto o semiconfinamento são sistemas que apresentam expressivo aumento no país. No entanto, conforme pode ser observado no decorrer deste post, há diferenças significativas entre eles. São estas variações que podem impactar na escolha pela adoção de um ou outro.
O semiconfinamento é uma estratégia mais simplificada, que envolve menos custos, pois requer menos tecnologias e equipamentos, menores recursos e menos mão de obra capacitada.
Não implica, por exemplo, na construção de estrutura específica, já que o gado permanece no pasto, recebendo ração concentrada, entre 0,5% a 2,2% do peso vivo, diariamente.
A média de ganho diário por cabeça gira em torno de 1 a 1,5 kg por dia. No entanto, este ganho de peso varia conforme a genética do animal, qualidade de ração e pastagem.
O confinamento, por sua vez, já necessita de maior investimento, pois é preciso a instalação de baias adequadas para comportar os animais, que são alimentados em cochos específicos.
Também exige investimento em maquinários, equipamentos e instalações, conforme o tipo de confinamento escolhido.
O investimento é mais elevado que no semiconfinamento, porém os resultados também se elevam. O confinamento pode levar o gado a atingir peso de 1,8 kg, chegando até mesmo a 2,0 kg por dia.
No Brasil, tanto o confinamento quanto o semiconfinamento são alvo de interesse, não dos grandes pecuaristas, mas também têm sido adotados por pequenos, e médios produtores.
Agora, conhecendo as características das duas estratégias, resta a você pecuarista escolher qual delas adotar, conforme suas possibilidades e interesses.
Conclusão
O confinamento e o semiconfinamento vêm apresentando popularidade cada vez maior entre os pecuaristas brasileiros. São sistemas de criação que reduzem o custo de criação, diminuem o tempo para abate e trazem retornos com ganhos bem positivos.
O confinamento é a técnica que exibe vários tipos de estratégias, cada qual com suas singularidades, de forma a permitir maior qualidade e produtividade, superando o desafio das secas, ou seja, sem depender da sazonalidade.
Portanto, se você é pecuarista e ainda não investe em uma dessas estratégias, que tal começar agora? Tanto para você quanto para os que já implantaram um desses sistemas, a agro2bussiness pode ser aliada especial. Que tal estabelecer esta parceria para encarar de frente este desafio?
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Superbo conteúdo! Parabéns ao autor! Sugiro diferenciar por região brasileira a aplicabilidade dos tipos de criação para gado. E só!