17 de fev de 2021

Escolha da semente pode ser o diferencial na qualidade da pastagem

Semente com boa qualidade e bons índices de vigor e germinação podem garantir o sucesso da pastagem

Num país onde a pecuária é destaque, para se obter produtos finais de qualidade e boa lucratividade com a pecuária, o produtor precisa estar atento a todas as etapas da cadeia produtiva. 

Assim, a alimentação dos animais representa a maior parte dos custos na propriedade e é fator determinante para o sucesso da atividade. Por isso, uma alternativa é manter o gado a pasto por todo o período de criação ou até antes da fase de término em confinamento.

A utilização de pastagem para alimentação do gado nas fazendas é uma opção econômica e nutritiva. Afinal, na pecuária de corte, por exemplo, a alimentação dos bovinos é fator decisivo para atingir as características desejadas no produto final: a carne.

Em sistemas de criação de gado a pasto, escolher os tipos de pastagem que serão fornecidos aos animais pode fazer a diferença no resultado. Dessa forma, é preciso pensar o tipo de pastagem que melhor se adapta em cada região e para a finalidade a que se destina: cria, recria, engorda ou silagem. 

Em regiões mais quentes, com boa disponibilidade de luz solar e boas chuvas, como no Norte, Centro-Oeste e Sudeste do Brasil, sementes de forrageiras do gênero Brachiaria são boas opções. Já na região Nordeste, o mais indicado são plantas que suportam a baixa umidade.

No Sul, as plantas de verão dos gêneros Pennisetum também são bastante comuns. Para enfrentar as baixas temperaturas do inverno, se utiliza muito o plantio de aveia, azevém e leguminosas.

Depois de definido o objetivo de destino da pastagem e de levar em consideração o clima da região dos diferentes biomas do Brasil, é preciso pensar nas sementes de qualidade que vão influenciar no desenvolvimento das plantas.

Sementes incrustadas

As chamadas sementes incrustadas possuem um revestimento que as deixam com um alto valor cultural, além de bons índices de vigor e germinação. Essas sementes são tratadas com inseticidas e fungicidas para controlar possíveis pragas e doenças, que podem acarretar em falha na formação das pastagens.

Essas sementes passam por um processo de incrustação, que começa no beneficiamento das sementes. Nele, são retiradas as impurezas, como as palhas, pedras e vestígios de plantas daninhas. Assim, a semente fica com um maior grau de pureza. 

Em uma segunda etapa, é realizada a escarificação mecânica ou química – como se a semente fosse lixada. Isso ajuda a eliminar possíveis nematóides que estavam aderidos à semente. 

Em seguida é feito um revestimento composto por colante, macro e micronutrientes. Este processo aumenta mais ainda a pureza da semente, além de reduzir sua dormência, ao melhorar a absorção de água, facilitando a germinação. Assim, as sementes incrustadas apresentam melhores características físicas, fisiológicas e fitossanitárias.

Já as sementes convencionais geralmente são misturadas com palha e outros materiais, o que pode dificultar o plantio mecanizado, tendo em vista que a plantadeira separa os materiais de acordo com a densidade. 

Com isso, o resultado pode ser um plantio desregrado, abrindo espaço para plantas invasoras e atrasando a entrada dos animais para o primeiro pastejo, que deve ser feito quando o capim atingir cerca de 80% da altura recomendada para a espécie.


Por Mayk Alves é fundador do Portal Vida no Campo e Agro20.
Neto de lavradores, sempre esteve envolvido com as atividades do campo e tem por missão disponibilizar informações sobre o mundo do agronegócio de maneira objetiva e dinâmica.

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