Os subprodutos derivados do milho são a base para a nutrição dos animais na atividade pecuária
Fonte milenar de alimentos, o milho é um cereal que compõe a base da alimentação tanto para humanos quanto para os animais. Para se tornar alimento, ele precisa passar por algum tipo de processo industrial ou, no caso dos animais, até na própria fazenda pode haver o seu processamento ou moagem para compor a ração.
Aliás, a maior parte da produção de milho é destinada à alimentação animal. Porém, o preço do grão nem sempre é favorável para a pecuária. Nesse contexto, a suplementação de rebanhos bovinos, bem como de outros animais, utilizando subprodutos agroindustriais têm se tornado uma alternativa economicamente viável, reduzindo o custo da ração.
Nutrição animal
O milho é um dos principais componentes da dieta animal, tendo mais de 60% de seu volume produzido utilizado na alimentação animal de bovinos, aves e suínos. Este cereal compõe a parte energética da alimentação e, quando combinado com outras fontes de alimento, permite ajustar a formulação da nutrição específica de acordo com cada tipo e destinação de animal.
Dessa forma, o milho entra na dieta de suínos adultos, leitões, matrizes, aves poedeiras e de corte, gado leiteiro e também de corte. O milho pode integrar a alimentação dos animais de diversas formas, podendo ser processado e utilizado através dos dois principais processos – seco e úmido.
Assim, pode ser usado na produção de ingredientes como: farelo de gérmen de milho peletizado, farelo de milho moído, farinhas pré-gelatinizadas, milho em grãos, fubá grosso, gérmen de milho e farelo de milho.
Além da formulação de rações, o milho pode ser utilizado como silagem de planta inteira, para ser fornecida aos bovinos, e também de grão úmido, para o consumo principalmente por suínos.
Outro subproduto que tem sido uma alternativa economicamente viável para a alimentação animal é o DDG (que na sigla em inglês significa grãos secos por destilação), bem como o WWG (grão de destilaria úmido).
O DDG é um concentrado proteico extraído durante o processo de destilação para produção de etanol. Apesar de ter uma concentração de proteína menor que o farelo de soja, por exemplo, o DDG é mais barato em regiões onde os preços do cereal são mais baixos.
Entretanto, em regiões onde o milho é mais caro, a alternativa não é tão viável. Quanto à concentração de proteína, que no farelo de soja é de cerca de 48%, o DDG, dependendo do processo, apresenta um número em torno de 30% de proteína.
De acordo com a Céleres Consultoria, a própria usina de etanol pode produzir açúcares de milho neste mesmo processo, sendo mais uma forma de valorização do grão.
O milho e seus subprodutos possuem uma enorme variedade de usos. Portanto, para além da indústria de alimentos, a partir do milho também é possível gerar etanol – que no Brasil ainda tem sua principal fonte a cana-de-açúcar – enquanto nos EUA esse papel é desempenhado pelo milho.
Porém, já existem usinas flex no Brasil, que produzem etanol tanto com a cana quanto com o milho, resultando em subprodutos úteis para a pecuária, tornando as atividade mais viáveis economicamente e de forma sustentável.
Por Mayk Alves é fundador do Portal Vida no Campo e Agro20.
Neto de lavradores, sempre esteve envolvido com as atividades do campo e tem por missão disponibilizar informações sobre o mundo do agronegócio de maneira objetiva e dinâmica.