Farelo de coco vem como alternativa ao farelo de soja na alimentação animal
O coqueiro, árvore que dá origem ao coco, é considerado também como uma “árvore da vida”, devido a vasta gama de produtos e subprodutos que origina.
Parte da família Palmae (palmeira), ele foi introduzido no Brasil por volta de 1500 pelos portugueses. No país existem três variedades de coqueiro: o coqueiro gigante, o coqueiro anão e o coqueiro híbrido.
Em todo o território nacional, são mais de 200 mil hectares cultivados com coco, com ênfase para a região Nordeste do país. Toda a cadeia produtiva do coco é importante, tendo em vista que gera milhares de empregos e envolve pequenas, médias e grandes empresas, desde o cultivo até a indústria.
O coqueiro é uma planta da qual se aproveita quase tudo, desde o fruto até as folhas. O coco é a parte mais utilizada do coqueiro, por sua polpa, casca, caroço e água. Porém, ao final do processamento do coco, um novo produto vem ganhando espaço entre os produtores, entrando como alternativa na alimentação de animais nas propriedades, mais especificamente na formulação de rações.
Assim como a indústria do açúcar e de suco de laranja, por exemplo, que geram resíduos úteis na pecuária – o bagaço de cana e a polpa cítrica – a indústria e processamento do coco também gera resíduos que podem ser aproveitados para alimentar os animais.
Assim, alguns produtores da região Nordeste começaram a utilizar esse preparo – que nada mais é do que a torta de coco, ou farelo de coco. O farelo é considerado uma ração natural, produzida através da extração da pele da casca dessa fruta.
A produção do coco ralado ou do óleo de coco é o que dá origem a outros produtos, como a torta de coco. A torta, ou farelo de coco, é o resultado da trituração da polpa de coco após a extração do óleo. O farelo do coco, pode, por exemplo, substituir parcialmente o farelo de algodão na ração de vacas em lactação.
Em alguns estados do Nordeste, com ênfase para Alagoas e Sergipe, os pecuaristas têm preferido a torta de coco devido ao fato de o produto ser mais nutricional do que o farelo de soja, por exemplo, que é outra opção muito utilizada na atividade pecuária.
Dentre as vantagens, a torta de coco apresenta maior teor de gordura, mais fibras, proteína e mais energia.
Em um processo contínuo, muitas vezes, o produtor manda o coco para a indústria, que faz o processamento e, posteriormente, manda de volta para o produtor no campo em forma de farelo.
Todas essas qualidades fazem com que o farelo de coco ganhe cada vez mais o gosto dos agricultores que a experimentam na alimentação fornecida aos animais. Dessa forma, a indústria do coco e seus subprodutos têm lugar garantido perante o mercado, ao longo de toda a cadeia produtiva.
Por Mayk Alves é fundador do Portal Vida no Campo e Agro20.
Neto de lavradores, sempre esteve envolvido com as atividades do campo e tem por missão disponibilizar informações sobre o mundo do agronegócio de maneira objetiva e dinâmica.