9 de jun de 2021

Composição dos subprodutos do arroz utilizados na alimentação de ruminantes

Os resíduos provenientes da limpeza do grão de arroz, ou seja, da pré-limpeza e o da pós-secagem do arroz, são recentemente incorporados à dieta animal e, por muito tempo, foram considerados “sujeira”, desprezados ou utilizados como adubo. 

Objetivou-se verificar com este trabalho análise de composição dos subprodutos do arroz utilizados na alimentação de ruminantes, tendo em vista que o resíduo da pré-limpeza do arroz (RPLA) nem sempre é um alimento utilizado pelos pecuaristas, bem como a escassez de pesquisa sobre o tema no país. 

A metodologia empregada buscou analisar a composição do RPLA, farelo de arroz (FA) e quirera de arroz (QA), quanto a umidade (UM), matéria seca (MS), proteína bruta (PB), extrato etéreo (EE), fibra bruta (FB), matéria mineral (MM) e matéria orgânica (MO). 

As amostras foram coletadas na COTRIJUÍ, no município de Dom Pedrito e analisadas no laboratório da Nutron. Os resultados mostram os seguintes dados: o percentual de UM para a QA, o RPLA e FA foi de 12,56%, 10,66% e 9,66%, respectivamente. 

O excesso de umidade traz como conseqüência uma diluição do total de nutrientes das rações, reduzindo proporcionalmente seu valor nutritivo, pondo em risco a qualidade e dificultando o manuseio e o transporte. 

Os teores de MS observados nos distintos alimentos foram de 90,34%, 89,34%, e 87,44%, para o FA, RPLA e QA, respectivamente. os teores de PB encontrados forma de 13,28%, 7,93% e 7,76% para o FA, RPLA e QA, respectivamente. 

Estes demonstraram que o FA apresentou maior percentual de PB quando comparado ao RPLA e este apresentou valor similar a QA. A PB é a fração responsável por elevar os custos de alimentos concentrados. 

A concentração de EE no FA foi de 13,80%, o RPLA apresentou 2,3% e o QA 0,74%. A gordura eleva a densidade energética dos concentrados, mas alimentos com altos teores de EE, como o FA são mais susceptíveis a rancificação, necessitando da adição de substâncias antioxidantes. Os percentuais de FB demonstraram que o RPLA e o FA foram semelhantes (5,49%), e ambos superiores a QA (0,07%), contrariamente ao esperado pela forma fisica do RPLA. 

A MM no FA apresentou 9,24%, o RPLA apresentou 5,48%, e a QA 0,56%. Os nutrientes minerais contribuem com grande parte do esqueleto (80% a 85%) e compõem a estrutura dos músculos, sendo indispensáveis ao bom funcionamento do organismo animal. 

Todavia, elevados valores de MM podem representar grande inclusão de casca de arroz, que é rica em sílica, o que explica os baixos valores encontrados na QA. A MO apresentou maior percentual na QA com 99,44%, seguida do RPLA com 94,52% e o FA que apresentou 90, 76%. 

Conclui-se que os subprodutos do arroz têm grande potencial para serem utilizados na dieta de animais ruminantes, entretanto, mais estudos devem ser desenvolvidos quanto a utilização de RPLA, QA, bem como FA na dieta de ruminantes, devido ao potencial nutritivo e económico que estes alimentos propiciam.

Embrapa

https://www.embrapa.br/busca-de-publicacoes/-/publicacao/910045/composicao-dos-subprodutos-do-arroz-utilizados-na-alimentacao-de-ruminantes

O que você achou deste conteúdo?

Se inscrever
Notificar de
guest
0 Comentários
Comentários em linha
Ver todos os comentários

Artigos relacionados

Cevada para gado
Por Agro2Business
8 de ago de 2023
2 Comentários
gado de leite
Por Agro2Business
31 de jul de 2023
4 Comentários
Gado de corte
Por Agro2Business
11 de jul de 2023
1 comentário
magnifiercrosschevron-down
Portal de Conteúdo Agro2Business
Privacy Overview

This website uses cookies so that we can provide you with the best user experience possible. Cookie information is stored in your browser and performs functions such as recognising you when you return to our website and helping our team to understand which sections of the website you find most interesting and useful.