Uma ampla gama de produtos/subprodutos agrícolas, derivados de resíduos alimentares e subprodutos de atividades agrícolas e agrícolas, estão se tornando fontes alternativas de alimentos/nutrientes, para substituir ou complementar produtos mais tradicionais, como tortilhas ou soja.
Exemplos incluem:
- Farelo de girassol.
- Trigo e glúten.
- Polpa cítrica.
- Cana-de-açúcar.
- Laranja.
- Bagaço.
- Amendoim.
- Bolinhos de arroz.
- Palha de feijão.
- Resíduo de milho DDG de cereais para produção de etanol.
- Entre muitos outros.
Segundo a Embrapa, quando há mais opções de ingredientes, as chances de atender às necessidades nutricionais do rebanho também aumentam, com respostas positivas em termos de ganho de peso.
Esse novo cenário é reforçado, por exemplo, pelos fortes preços do milho e pela preocupação com a oferta, impulsionados pela forte demanda de grãos, interna e externamente, no segundo semestre. Além de ser a principal matéria-prima para suínos e frangos de corte, o milho também é cada vez mais utilizado na pecuária, com o número de animais criados em cativeiro aumentando a cada ano.
“Diante desta conjuntura do mercado do milho, identificamos um aumento próximo a 0% na procura por fontes alternativas para alimentação animal em nossa plataforma entre julho e setembro”, diz Thiago Mateus, founder da Agro2Business – http://www.agro2business.com –, marketplace especializado exatamente na comercialização e monetização de subprodutos/coprodutos do agronegócio.
Em recente webinar no canal do Youtube da Agro2Business, a engenheira agrônoma Beatriz Elisa Bizzuti, pesquisadora do Centro de Energia Nuclear na Agricultura (Cena), da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da USP, destacou o potencial nutricional de subprodutos agroindustriais para boa alimentação de ruminantes, a partir de estudo desenvolvido por ela.
De acordo com Mateus, “a crescente digitalização no agronegócio, acelerada pela pandemia, também mostrou ao mercado que a comercialização convencional, offline, dos subprodutos/coprodutos do agronegócio estava defasada, sendo limitada, baseada em contatos locais, buscas por telefone e pesquisas aleatórias na internet”.
Por meio de funcionalidades de geolocalização, ranqueamento de usuários e compra protegida – que assegura o pagamento para o vendedor e a veracidade e entrega do produto para o comprador –, a Agro2Business vem ampliando as oportunidades de negócios e de monetização ao expandir as conexões dos participantes da cadeia produtiva de subprodutos/coprodutos do agronegócio.
Em relação ao modelo de negócios, Mateus destaca que o cadastro é gratuito tanto para vendedores quanto para compradores. “Só quando a transação é concluída é que uma pequena taxa de corretagem é descontada do vendedor”, explica. A meta da Agro2Business até o final do ano é crescer de 1.200 para 3.000 usuários e de 800 para 5.000 anúncios.
Outro movimento foi identificado, enfatizando a governança, exigindo que as empresas de saúde e nutrição animal vendam seus respectivos produtos prontos para uso na plataforma. “Como esses fabricantes já atuam dentro do Agro2Business na compra de matérias primas, também passaram a utilizar a plataforma para vender seus produtos acabados, com foco na redução de custos e aumento de escala.”